quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Livro traça um panorama da imprensa no Brasil

18/08/2009

da Folha de S.Paulo

Para comemorar os 30 anos da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Judith Brito e Ricardo Pedreira --presidente e diretor-executivo da entidade-- lançam hoje o livro "A Força dos Jornais", que traça um panorama da imprensa no Brasil desde o primeiro mensário ("Correio Braziliense", editado em Londres) até o presente, quando ela enfrenta a concorrência de outros meios como a TV, o rádio e a internet.

No primeiro capítulo, os autores descrevem o surgimento da imprensa no país, com a chegada da família real em 1808, e a progressiva substituição dos pequenos jornais partidários --que marcaram a era imperial-- por empresas sólidas, de perfil industrial, que viviam de anúncios e de assinaturas.

A consolidação dos jornais como veículos da opinião pública durante o período republicano, porém, induziu vários presidentes a tentarem controlar a imprensa. Floriano Peixoto fechou o "Jornal do Brasil" em 1893, e depois obrigou seu diretor editorial, Rui Barbosa, a ir para o exílio; em 1940, Getúlio Vargas decretou intervenção em "O Estado de S. Paulo".

Os jornais voltaram a sofrer essas pressões depois do golpe de 1964. Em 1969, o "Correio da Manhã" foi extinto, após ter edições apreendidas e ser invadido pela polícia. A censura tornou-se mais rígida a partir de 1970. Em 1977, apesar da política de distensão política do general Ernesto Geisel, o chefe da Casa Militar, general Hugo Abreu, chegou a dizer que a Folha poderia ser fechada se insistisse nas críticas ao regime.

Grupos mais radicais chegaram a queimar e explodir bancas de jornal, numa clara tentativa de intimidar a imprensa.

É nessa conjuntura que Cláudio Chagas Freitas, do jornal "O Dia", articula a criação da ANJ, fundada em 17 de agosto de 1979. Já no ano seguinte a entidade barrou a criação de um órgão estatal para controlar os anúncios. Após a redemocratização do país, em 1985, conseguiu assegurar a inclusão, na nova Constituição, do princípio da liberdade de expressão e do veto a todo tipo de censura.

Nos anos 90, a ANJ coordenou o processo de padronização gráfica dos jornais e conseguiu impedir a aprovação, pelo Congresso, de uma lei que previa pena de prisão para jornalistas e apreensão de jornais e revistas --até que em 2009 o Supremo Tribunal Federal revogou a Lei de Imprensa herdada da ditadura militar.

FONTE: www.folha.uol.com.br

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