quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Holanda corre risco de censura da internet

Páginas holandesas da internet podem em breve virar uma tela vazia e haverá uma proibição para a publicação de informação classificada. Blogueiros, cientistas e organizações jornalísticas holandesas dão o alarme sobre um projeto de lei que poderá colocar a censura nas mãos do governo. A liberdade de imprensa na Holanda está sob pressão.

Em uma petição enviada com urgência ao ministro da Justiça, Ernst Hirsch Ballin, a comunidade da internet holandesa expressou suas preocupações. Hirsch Ballin quer que o Ministério Público possa, sem a intermediação de um juiz, proibir que um site publique informações que tenha conseguido de maneira ilegal. Atualmente, casos em que a informação foi roubada ou não era destinada à publicação, têm que primeiro ser julgados num tribunal.

Falta imparcialidade

A comunidade da internet holandesa entra pela primeira vez em ação em grande escala. Pesquisadores, organizações sociais, empresas e blogueiros assinaram a petição. Instituições como a Associação Holandesa dos Jornalistas (NVJ) acreditam que o projeto de lei abre as portas para a censura da internet pelo governo. Segundo Thomas Bruning, representante da NVJ, o Ministério Público não é suficientemente imparcial:

“Eles estão criando a possibilidade de que uma instituição parcial, um Ministério Público, que, naturalmente como combatente do crime tem um determinado papel e não um papel independente, possa de repente censurar um site sem consultar ninguém.”

Denunciantes

O projeto de lei também inclui a proibição de publicação de informações que não sejam destinadas à divulgação. Segundo Bruning, desta forma, a imprensa terá seu trabalho muito dificultado. “Jornalistas com frequência utilizam informações cuja procedência não é clara, mas que são relevantes. Uma proibição da publicação deste tipo de informação coloca os jornalistas, e também os denunciantes, numa posição de risco. Eles terão que levar em conta as consequências legais, e isso não é desejável”, argumenta Bruning.

Como um jornal

De acordo com as pessoas que assinaram a petição, muitos cidadãos subestimam as consequências de uma medida assim. A proibição de um website não é vista por muitos como algo grave. Mas é, salienta Bruning:

"Tirar um site da rede parece menos ameaçador do que, por exemplo, tirar uma revista das bancas ou impedir a impressão de um jornal. Mas de fato é quase a mesma coisa.”

O projeto ainda tem um longo caminho a percorrer antes de se tornar lei. Provavelmente não será aprovado da forma que está e algumas arestas serão aparadas. Por enquanto, a maioria dos parlamentares é contra, o que significa que ele não passaria, mas organizações como a Bits of Freedom, que monitora a liberdade na internet, não está convencida. Ot van Daalen, da Bits of Freedom diz:

“Segundo reportagens, a maioria do parlamento é contra. Contudo, não podemos ter certeza de que eles não terão razões políticas para votar de outra forma. Por isso é importante mostrarmos resistência, pois este é um projeto de lei que não cabe em uma sociedade democrática.”

Nesse meio tempo, o Ministério da Justiça está pedindo que os internautas holandeses enviem sua opinião sobre o projeto de lei. O objetivo desta “consulta online” seria o de melhorar as regras propostas.

FONTE: http://www.rnw.nl/

Anúncio de sorvete com freira grávida é proibido no Reino Unido

Um anúncio de sorvete com a fotografia de uma modelo como uma freira grávida foi proibido pelo órgão que regula a publicidade no Reino Unido.

A Advertising Standards Authority (ASA, na sigla em inglês) considerou que o anúncio desrespeitava as crenças cristãs, principalmente de católicos.

A empresa por trás do anúncio, Antonio Federici, no entanto, prometeu exibir posteres semelhantes em parte do trajeto que o Papa Bento 16 fará na capital britânica. A visita de estado do Papa, que começa nesta quinta-feira, é a primeira desde a criação da Igreja Anglicana em 1534.

A peça publicitária mostra uma modelo grávida, vestida de freira, saboreando o sorvete em uma igreja com os dizeres: "Concebido imaculadamente" em referência ao dogma cristão da concepção de Jesus e "Sorvete é a nossa religião".

Novo anúncio

A empresa britânica responsável pela peça disse que exibirá posteres com imagens semelhantes perto da Abadia de Westminster. A agenda do Papa prevê uma visita à abadia nesta sexta-feira, que será seguida da celebração de uma missa na Catedral de Westminster no sábado.

A empresa não revelou que imagem será exibida no novo anúncio, dizendo apenas que será uma "continuação do tema". Por meio de uma porta-voz, a empresa disse que a nova peça tem como objetivo "desafiar" a proibição do órgão regulador.

Por meio de um comunicado, a agência reguladora disse não poder fazer comentários sobre anúncios que ainda não foram divulgados, mas que está atuando, nos bastidores, para que o anunciante respeite as diretrizes.

A empresa disse ainda que tem o objetivo de comentar e questionar, usando a sátira e o humor, a relevância e a hipocrisia da religião e a postura da igreja em relação a questões sociais.

O anúncio proibido foi publicado em edições das revistas The Lady e Grazia e recebeu 10 reclamações.

A empresa tentou argumentar que o baixo número de queixas não deveria comprometer a liberdade de expressão com o grande público.

Este é o segundo anúncio de Antonio Federici proibido pela ASA. Em 2009, uma imagem que mostrava um padre e uma freira se preparando para um beijo foi também rejeitada pela agência reguladora.

FONTE: http://noticias.uol.com.br

Abicalil impõe censura à Gazeta

O Grupo Gazeta de Comunicação, jornal e TV Record/Canal 10, está sob censura prévia da Justiça de Mato Grosso por decisão do juiz Lídio Modesto Filho, responsável pela propaganda eleitoral. Ele concedeu liminar ao deputado federal e candidato a senador, Carlos Abicalil (PT) no sentido de impedir a divulgação de reportagens associando o político à liberação do aborto. O petista alega prejuízos a sua imagem em um assunto polêmico e não decidido pelo Congresso Nacional. Para Abicalil, a informação estaria deturpada e poderia comprometê-lo no processo eleitoral.

Procurado pela reportagem de A Gazeta, o juiz Lídio Modesto explicou através da assessoria de imprensa do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT) que a decisão é liminar e que ainda será apreciada no mérito, situação que o impede de se pronunciar.

No último dia 11, o advogado do Grupo Gazeta de Comunicação, Cláudio Stábile, apresentou a defesa citando, entre outros pontos, a posição do então ministro Ayres Britto, quando presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) frisando que "nenhum juiz pode fazer censura prévia à imprensa". Stábile lembra a postura do Supremo Tribunal Federal (STF) e os entendimentos dos ministros que são frontalmente contrários à censura prévia de qualquer natureza, tanto é que julgaram contra lei que impedia humoristas de fazerem comentários sobre candidatos. Por unanimidade, os ministros do STF consideraram a lei inconstitucional e determinaram o fim da censura prévia.

Imprensa boliviana teme censura com nova lei contra racismo

Organizações de jornalistas e meios de comunicação da Bolívia criticaram nova lei aprovada pela Câmara dos Deputados contra o racismo no país. A legislação impõe sanções a quem praticar atos considerados racistas e discriminatórios, informou a BBC Mundo.

Para os veículos de imprensa opostos ao projeto, a norma "viola a liberdade de expressão", pois poderia sancionar a difusão de mensagens enunciadas por terceiros.

A crítica principal baseia-se em artigo segundo o qual caso um meio de comunicação publique idéias discriminatórias este "será passível de sanções econômicas e suspensão de licença de funcionamento, sujeitas a regulamentação", explica o jornal El Mundo. A pena chegaria a oito anos de prisão ao profissional que difundir mensagens racistas. O texto da nova lei deverá ser debatido no Senado esta semana.

O governo boliviano afirma que os meios de comunicação se opõem à norma por estarem acostumados a divulgar mensagens discriminatórias, relata a BBC Mundo.

Jornalistas declaram-se preocupados com a possibilidade de serem penalizados por exporem opiniões de entrevistados e dizem que o objetivo da legislação é "impor uma mordaça e calar a dissidência".

FONTE: http://portalimprensa.uol.com.br

domingo, 12 de setembro de 2010

Contra a censura na Web

O CensorCheap é "a primeira base de dados colaborativa e em tempo real" sobre censura na Web, afirmam os responsáveis pelo projecto, lançado o mês passado, com o objectivo de "lutar contra a censura na Internet".

Para utilizar o serviço é necessário instalar uma aplicação no browser (um add-on"), que avisa o internauta quando o site a que está a tentar aceder não se encontra disponível por ter sido censurado. Simultaneamente, o endereço identificado é adicionado à base de dados de páginas censuradas.

No site, os promotores realçam a importância de obter o maior número de utilizadores possível, uma vez que a base de dados será alargada à medida que o serviço for utilizado e os sites acrescentados à lista.

Por enquanto, a ferramenta ainda só se encontra disponível através de add-on para o Firefox, mas os responsáveis prometem levar a funcionalidade a outros navegadores.

FONTE:
http://tek.sapo.pt

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Jornalistas denunciam tentativas de censura no Togo

O "SOS Jornalistas em Perigo", um coletivo de jornalistas togoleses, denunciou, num memorando divulgado em Lomé, "as tentativas de censura da imprensa" no Togo.

A publicação deste memorando segue-se aos numerosos casos suspensos na Justiça, dos quais várias queixas do chefe de Estado togolês, Faure Gnassingbé, contra três jornais privados.

O documento da SOS Jornalistas em Perigo deplora as numerosas queixas apresentadas contra os jornalistas, as intimidações, as ameaças das forças de segurança, do Executivo, bem como da Alta Autoridade do Audiovisual e Comunicação (HAAC), órgão de regulação da imprensa, que deve proteger a liberdade de imprensa no país.

"A imprensa togolesa atravessa desde as eleições presidenciais de 4 de Março de 2010 uma situação alarmante devido à degradação do clima político no país", deplorou o memorando, acrescentando que "a repressão sistemática que se abate sobre os militantes e os responsáveis dos partidos políticos que contestam a reeleição de Faure Gnassingbé não poupa a imprensa privada julgada crítica contra o poder".

"As tentativas de corrupção, as intimidações, as ameaças, as agressões de jornalistas nos locais de reportagem constituem o quotidiano da imprensa privada no Togo", lamentou o coletivo, constatando que "estas ameaças e outras intimidações obrigaram alguns jornalistas a abster-se de participar fisicamente nos debates nas rádios do país".

O coletivo declarou-se preocupado com o uso pela Justiça do Código Penal para sancionar os delitos de imprensa, ao passo que o Código da Imprensa em vigor prevê penas apropriadas neste domínio.

FONTE: http://www.panapress.com/

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Revista do blogueiro mais lido do mundo encara censura chinesa

A revista literária Coro de Solistas, editada pelo escritor Han Han (considerado o blogueiro mais lido do mundo), teve que interromper indefinidamente sua publicação devido à falta de uma permissão das autoridades chinesas, informou hoje ele mesmo em seu blog.

Estava previsto que nos primeiros dias de setembro fosse lançado o segundo exemplar da revista, depois de o primeiro ter sido um grande sucesso - um milhão de exemplares vendidos nas duas primeiras semanas nas bancas.

Segundo o jornal oficial China Daily, a publicação não conta com um número de série, o que impede que saia a circulação como uma revista comum.

O primeiro número foi editado, por assim dizer, como um livro, graças à ajuda de uma editora, por isso que não necessitava desse número de série, mas aparentemente essa empresa decidiu se retirar do projeto de Han Han.

Segundo comentou o blogueiro, essa e outras editoras temem "pressões" se o apoiar, tendo em vista seu conhecido estilo mordaz e crítico com o governo.

Já em janeiro deste ano a publicação teve que adiar o lançamento do primeiro número, devido a problemas com as autoridades censoras chinesas.

Han Han, 27 anos, divide seu trabalho de escritor com a de corredor de ralis e é considerado pela crítica como o "enfant terrible" da literatura chinesa.

Quando era adolescente, abandonou os estudos secundários e rapidamente se tornou em um dos romancistas que mais obras vendem na China, até alcançar a fama com um blog que contém críticas contra os males da sociedade chinesa

FONTE: http://noticias.terra.com.br/

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Por 6 votos a 3, STF libera humor nas eleições

Por 6 votos a 3, o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitou, em sessão realizada nesta quinta-feira (2), a ação da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) que pedia a suspensão dos incisos II e III do artigo 45 da Lei Eleitoral (9504/1997), que impede que sejam feitas sátiras com os candidatos, partidos e coligações a partir de três meses antes da eleição.

Os votos vencidos, contrários à liminar da Abert, foram dos ministros Marco Aurélio Mello, Antonio Dias Toffoli e o Ricardo Lewandowski.

O relator do caso, o ministro Ayres Britto, já havia concordado com a associação na quinta-feira (26) da semana passada, quando autorizou uma liminar para que charges e outros programas humorísticos pudessem continuar a ser veiculados.

“Se podem as empresas de rádio e televisão, fora do período eleitoral, produzir e veicular charges, sátiras e programas humorísticos que envolvam partidos políticos, pré-candidatos e autoridades em geral, também podem fazê-lo no período eleitoral. Até porque processo eleitoral não é Estado de sítio”, declarou o magistrado na ocasião.

A ADI 4451 (ação direta de inconstitucionalidade), requerida pela Abert, alegava que a atual legislação violava a liberdade de expressão dos meios de comunicação. “As liberdades de manifestação do pensamento, da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação constituem garantias tão caras à democracia quanto o próprio sufrágio”, justificava a Abert em sua ação.

De acordo com a Lei Eleitoral é proibido, a partir do dia 1º de julho do ano do pleito, programação com “trucagem, montagem ou outro recurso de aúdio ou vídeo, que, de qualquer forma, degrade ou ridicularize candidatos, partidos ou coligação”.

FONTE: http://eleicoes.uol.com.br