terça-feira, 19 de outubro de 2010

Serra pediu 'segredo de Justiça' para censura à Revista do Brasil

Por: Paulo Donizetti de Souza, Revista do Brasil


Um dos aspectos mais curiosos do pedido do PSDB de censura à Revista do Brasil, segundo a nota do site do TSE de segunda-feira (18), foi o pedido de sigilo de Justiça. Ou seja, os tucanos tiveram medo (de que a opinião pública soubesse de sua tentativa de atentar contra a liberdade de imprensa), mas não tiveram vergonha (de recorrer ao Judiciário para se valer de tal expediente).

A Editora Gráfica Atitude, responsável pela Revista do Brasil, é uma empresa privada. Sua receita vem da prestação serviços de comunicação da plataforma Rede Brasil Atual, que inclui venda em bancas, assinaturas e anúncios de empresas públicas e privadas. A publicação costuma também abrir espaços para publicidades de utilidade pública, de interesse de seu público, os trabalhadores e suas famílias.

A forma de distribuição da Revista aos associados dos sindicatos (cerca de 60) se dá pela aquisição de cotas de exemplares da publicação, cujo volume fica a critério de cada entidade. Nem a editora nem a Revista são "da CUT". Por se tratar de projeto surgido com o objetivo de prestar um serviço de informação aos trabalhadores e suas famílias, está aberta à participação de qualquer entidade sindical.


FONTE: http://www.redebrasilatual.com.br/multimidia/blogs/blog-na-rede/serra-pediu-segredo-de-justica-para-censura-a-revista-do-brasil

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Diretor do Estadão: "Não houve censura a Maria Rita Kehl"

07/10/2010 -

Bob Fernandes

O diretor de conteúdo do Grupo O Estado de S.Paulo, Ricardo Gandour, conversou com Terra Magazine sobre a demissão da colunista Maria Rita Kehl, psicanalista, que, no último sábado (2), publicou no jornal um artigo no qual tratava da "desqualificação do voto dos pobres". Gandour, para começo de conversa, diz que "não houve demissão":

- Não é demissão. Colunistas se revezam, cumprem ciclos.
Disse ainda o diretor de conteúdo do Grupo O Estado de S.Paulo:

- Havia uma discussão em torno de novos rumos para a coluna, essa conversa começou na última terça-feira pela manhã, (...) Horas depois, houve um vazamento na internet que precipitou a decisão. Não houve censura. Tanto que a coluna saiu integralmente.

A seguir, a conversa com Ricardo Gandour.

Terra Magazine - O que aconteceu entre o jornal o Estado de S.Paulo e a colunista Maria Rita Kehl?
Ricardo Gandour - O projeto original no caderno C2 + Música é de de ter ali, aos sábados, um espaço em torno da psicanálise. Um divã para os leitores. Mas esse não era o enfoque que ela vinha praticando e frequentemente conversávamos sobre isso.
Com você?
Não comigo diretamente, mas com a editora do caderno. Assim iniciou-se com a autora uma discussão em torno de novos rumos para a coluna. Inclusive com o contrapropor da colunista.

Quando começou essa conversa?
Essa última conversa começou na última terça-feira, pela manhã. Ela chegou a contrapropor alguma coisa, tinha um diálogo rolando... Horas depois, houve um vazamento na internet que precipitou a decisão...

Mas vocês atribuem isso a ela?
Eu não sei, não posso afirmar. E estão dizendo na internet que houve censura...

...Na verdade, o que há na internet é uma entrevista com Maria Rita Kehl, onde ela diz: "Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?"Não houve censura, a coluna saiu integralmente, sem mexer em uma vírgula.

Mas houve consequências...
Tinha uma conversa em torno dos rumos daquele espaço. Estão dizendo que foi a coluna de sábado que causou isso, mas não foi, não. Era o foco daquele espaço que era outro. Claro que a coluna de sábado foi uma coluna forte...

Forte...
Dentro da questão de que não era esse o foco.

Então, a demissão não se deu pela opinião da Maria Rita e por posterior censura à ela?
Não é demissão... colunistas se revezam, cumprem ciclos. A Chris Mello saiu do jornal em agosto, o Mark Margolis entrou em outra seção. O jornal tem 92 colunistas, e esse ano saíram três e entraram três ou quatro. O que estava havendo aí era a simples gestão de uma coluna específica.

Desde...
Tinha um diálogo rolando e esse diálogo vazou e eu lamento que esteja havendo uma leitura histérica disso.

Talvez porque é um momento...
O momento é delicado, crítico, de eleições, mas abriu-se um diálogo que vazou e nós mantivemos a linha. O fenômeno da rede social é que uma conversa entre três pessoas passou a acontecer entre 3 mil pessoas, mas a verdade sobre esse fato é esta.

FONTE: Terra Magazine