segunda-feira, 22 de junho de 2009

Apple rejeita aplicativo por dar acesso ao "Kama Sutra"

22/05/2009

da Folha Online

A Apple rejeitou um aplicativo para leitura de livros pelo iPhone porque o software permite a busca e o download do "Kama Sutra".

Chamado Eucalyptus, o aplicativo de leitura não possui qualquer tipo de conteúdo. Tão similar quanto o iTunes é para a música, o Eucalyptus permite aos usuários encontrar e baixar os livros que desejam ler. O aplicativo baixa arquivos do Projeto Gutemberg, site de livros sob domínio público, com conteúdo autorizado para downloads.

O problema que a Apple enxergou é o de que os usuários podem escolher o download do texto do "Kama Sutra", que contém material "questionável". O programador Eucalyptus, Jamie Montgomerie, informou em seu blog que o aplicativo foi rejeitado por "conteúdo sexual", conforme estabelece um dos itens do estatuto da loja iTunes.

Segundo o site da revista Wired, a companhia geralmente elimina os aplicativos com conteúdo potencialmente ofensivos. Mas esta é a primeira vez que a Apple rejeita um aplicativo baseado no conteúdo que o usuário procure, por si só, para baixar.

Montgomerie lembrou que o "Kama Sutra" é facilmente encontrado em buscas no Google. "Eu suspeito que ninguém sabe verdadeiramente como é tortuoso o processo de aprovação para programadores, particularmente depois de uma rejeição", disse Montgomerie.

No último e-mail enviado ao programador, a Apple solicitou que o Kama Sutra fosse removido --ainda que o livro digital seja parte do banco de dados do Projeto Gutenberg. Montgomerie disse que vai instalar um filtro para bloquear a pesquisa dos usuários sobre o livro. Ele aguarda uma resposta da Apple.

FONTE: www.folha.com.br

Cadeia de lojas se recusa a vender disco do Green Day

21/05/2009
da Associated Press, em Nova York

O Green Day anunciou que a rede Wal-Mart não aceitou vender o último álbum do trio, "21st Century Breakdown", nos EUA, após a banda ter se recusado a editar o conteúdo do disco.

"O Wal-Mart se tornou a maior cadeia de varejo do país, mas eles não vão comercializar nosso álbum porque querem censurá-lo", disse o líder da banda, Billie Joe Armstrong, em entrevistas recentes.

Nos EUA, o Wal-Mart vende versões editadas de álbuns com conteúdos considerados ofensivos, caso do último disco do rapper Eminem. Entretanto, Armstrong não considera que "21st Century Breakdown" seja um trabalho sujo.

A porta-voz do Wal-Mart, Melissa O'Brien, disse que artistas e gravadoras têm liberdade para colocar nas prateleiras diferentes versões do mesmo álbum, o que possibilita a venda de discos sem o selo de advertência de conteúdo impróprio.

A política do Wal-Mart impede que discos que contenham o selo de advertência sejam vendidos pelas milhares de lojas espalhadas pelos EUA.

Primeiro disco da banda californiana desde o premiado "American Idiot", que criticava o presidente Geoge W. Bush e a Guerra do Iraque,"21st Century Breakdown" aborda temas como a perda da inocência e a confusão da sociedade contemporânea.

O álbum chegou às lojas dos EUA na sexta-feira (15), alcançando o topo da lista da Billboard.

FONTE: www.folha.com.br

Bolívia obriga imprensa a reservar espaço para trabalhadores

20/05/2009
da Efe, em La Paz

O governo de Evo Morales aprovou nesta quarta-feira um decreto que obriga as empresas jornalísticas da Bolívia, públicas e privadas, a reservar espaços de opinião diários para que seus jornalistas expressem ideias livremente. Com isso, o Executivo pretende recuperar a chamada "coluna sindical" que, como explicou o porta-voz presidencial, Iván Canelas, foi suprimida pelos governos "neoliberais".
Deste modo, os jornais bolivianos deverão destinar, diariamente, em suas páginas de opinião, um espaço equivalente ao de um editorial para que os seus jornalistas e outros trabalhadores ligados a sindicatos e federações de imprensa expressem as suas ideias em notas assinadas. No caso de rádios e de TVs, as empresas deverão ceder aos jornalistas do governo cerca de três minutos exclusivos em um de seus informativos diários.
O decreto aprovado no Conselho de Ministros proíbe expressamente qualquer tipo de censura a esses comentários.
O texto ainda proíbe as empresas de impor sanções ou despedir aqueles empregados que produzirem artigos com ideias contrárias às delas, sob pena de serem denunciadas para o Ministério do Trabalho. Outro decreto, também aprovado, obriga as empresas de mídia a compensar os trabalhadores por gastos com transporte urbano derivados do seu trabalho.
O porta-voz da Presidência disse que a medida "não apenas reforça a liberdade de expressão como recupera os benefícios" de que gozavam os jornalistas, antes da etapa "neoliberal".
O governo de Morales mantém tensas relações com os meios de comunicação privados da Bolívia, que acusa de estarem alinhados aos inimigos. Morales já brigou com um jornal, "La Prensa", por publicar informações que o acusavam de ligação com um caso de contrabando. Ele chegou a discutir publicamente com um repórter do veículo.
Há alguns meses, as associações do setor denunciam que o presidente não atende pedidos dos jornalistas bolivianos e só convoca coletivas de imprensa para os meios internacionais.
A Associação Nacional de Imprensa (ANP, na sigla em espanhol), que reúne proprietários de meios de comunicação privados da Bolívia, já criticou o governo em várias ocasiões por podar a liberdade de imprensa e "amordaçar" os meios de comunicação independentes.

FONTE: www.folha.com.br




Chavéz ataca "terrorismo" de TV opositora

16/05/2009

THIAGO GUIMARÃES
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

Em batalha com o principal meio de comunicação opositor em seu país, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, renovou ontem ameaças ao canal de notícias Globovisión, acusando-o de "terrorismo midiático".

Em entrevista ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, com quem se reuniu ontem em Buenos Aires, Chávez disse que o mundo não deve estranhar se o Estado venezuelano for "obrigado" a tomar decisões sobre "alguns meios de comunicação que continuam exercendo terrorismo".

A Globovisión, terceiro canal mais visto da Venezuela, é uma das emissoras que apoiaram a tentativa frustrada de golpe contra Chávez em 2002. Nas últimas semanas, a empresa vem sendo alvo de ofensiva estatal, com ameaça de cassação de licença e multas.

Chávez disse não poder permitir que "meios de comunicação continuem com políticas de terrorismo midiático, incitando o ódio e a violência", mas negou censura: "Por todo o mundo se diz: 'Chávez não permite a crítica.' Passem um dia na Venezuela e vejam os jornais, rádio e TV. Lá a crítica é aberta".

"Que em um canal de televisão apareçam porta-vozes políticos dizendo 'Onde estão os militares desse país, que vistam as calças', isso se chama terrorismo", afirmou Chávez.

O presidente afirmou que vai continuar a promover expropriações no setor energético --só neste mês, já oficializou a estatização de 60 prestadoras de serviços da área petroleira. "Porque estamos decididos a recuperar a plena soberania petrolífera e energética", afirmou.

Chávez disse estar "recuperando" a PDVSA, estatal petroleira do país, que antes de seu governo, afirmou, vinha sendo "privatizada por partes". "A PDVSA tinha que pagar uma fortuna por serviços prestados com seus próprios ativos, com trabalhadores terceirizados, com salários mínimos, muitas vezes abaixo disso. Agora absorve 8.000 trabalhadores [das terceirizadas]."

Sobre a possibilidade de nacionalizar outros bancos, como fez com o Banco da Venezuela, filial do grupo espanhol Santander, disse que "por agora" não pensa no assunto.


FONTE: www.folha.com.br