sábado, 6 de março de 2010

No ''Estado'', ajudou a driblar censura em 1930

Mindlin trabalhou como redator do jornal e passava mensagens em inglês para a sucursal

01/03/2010

Antonio Gonçalves Filho

O primeiro emprego de Mindlin foi no Estado, onde começou sua carreira jornalística aos 15 anos como redator, driblando a censura durante a Revolução de 1930, que depôs o presidente da República Washington Luís e colocou um ponto final na história da República Velha. Orgulhoso de ser o mais jovem entre os companheiros, ele transmitia instruções para a sucursal do Rio em inglês, para confundir a escuta telefônica.

Trabalhou até 1931 com ilustres veteranos, entre eles Afonso Schmidt (1890-1964), Guilherme de Almeida (1890-1969), Antônio de Alcântara Machado (1901- 1935) e Paulo Duarte (1899- 1984). Mindlin citava sua passagem pelo Estado como um "período excepcional" para sua formação não só profissional, mas moral. Compreensível. Naquela época, era secretário de Redação o crítico Nestor Rangel Pestana, com quem aprendeu a escrever - e bem, a ponto de virar, depois, colaborador habitual do jornal. "Rangel Pestana estava sempre atento aos erros, mas preferia que descobríssemos nossos equívocos a apontá-los", lembrou Mindlin ao lançar, em 2004, seu livro Memórias Esparsas de uma Biblioteca.

De sua passagem pelo Estado, gostava de citar a entrevista que fez com o maior mito do teatro francês, Jean-Louis Barrault (1910-1994), e sua participação na Revolução de 1930. "O centro da conspiração era a redação do Estadão e, como o dr. Julinho (Julio de Mesquita Filho, que dirigiu o jornal de 1927 a 1969) tinha de trocar informações com a sucursal do Rio, me encarregou de passar as mensagens em inglês, evitando a censura", contou Mindlin.

FONTE: www.estadao.com.br

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