sábado, 30 de janeiro de 2010

ONGs chinesas sofrem novo ataque de piratas virtuais; governo é acusado


25/01/2010

da Efe, em Pequim

Sites de grupos de direitos humanos e ativistas chineses foram vítimas de um novo ataque por parte de piratas virtuais de origem desconhecida nos últimos dias, informou nesta segunda-feira (25) uma das entidades atacadas, a ONG Chinese Human Rights Defenders (CHRD).

Os outros sites são os do grupo pela liberdade de expressão Independent Chinese PEN (ICPC), New Century News, Canyu e Civil Rights and Livelihood Watch (CRLW), que foram atacados no fim de semana.

Os ataques contra o site da CHRD, que começaram na tarde de sábado e terminaram ontem de manhã, chegaram a paralisar o serviço, que ficou sem acesso, informou a ONG em comunicado.

Segundo o provedor dessa organização, que defende dissidentes políticos, a frequência do ataque foi de 2 GB por segundo, o ataque mais intenso já sofrido por um provedor. A organização ainda não pôde localizar a fonte do ataque.

Tanto esta ONG como a CRLW são sediadas na China, enquanto a ICPC é uma organização de escritores e a New Century News e a Canyu são sites de notícias, todos administrados por ativistas chineses.

Governo acusado

Um especialista em telecomunicações associado ao CHRD acredita que "é preciso dedicar muito tempo para preparar um ataque assim" e por isso não acha que "qualquer pirata virtual tenha este tipo de capacidade. O principal suspeito destes ataques é o governo chinês".

No entanto, na semana passada, um porta-voz do Ministério de Exteriores chinês negou que seu governo tivesse relação com esses ciberataques e assegurou que as leis chinesas proíbem a pirataria na internet. Hoje, a China reiterou não envolvimento com os ataques.

Esse é o mais recente episódio na disputa entre usuários e empresas de internet desde 12 de janeiro passado, quando o gigante de buscas Google denunciou que contas de e-mail particulares de ativistas, jornalistas e empresários tinham sofrido um "ciberataque".

O Google ameaçou deixar a China se o regime comunista não acabasse com a estrita censura na internet, embora na semana passada a empresa afirmou que permanecia no país asiático e que estava negociando com as autoridades.

A CHRD indica em seu comunicado de hoje que seu site é alvo comum desses "ciberataques". Segundo o comunicado, isso ocorre sobretudo em épocas "delicadas", como a atual, na qual os ativistas estão recebendo duras penas de prisão, como o intelectual Liu Xiaobo, ou desapareceram, como o advogado Gao Zhisheng.

Os especialistas afirmam que este passo para trás do regime chinês se deve à insegurança do governo perante a próxima transferência de poder, que acontecerá em 2012, e a um aumento do descontentamento social.

FONTE: www.folha.uol.com.br

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