10/11/2009
SILVANA ARANTES
da Folha de S. Paulo,
O vice-presidente da Argentina, Julio Cobos, criticou nesta segunda-feira
A lei regula os mercados de rádio e TV e tem como meta "desmonopolizar o setor", segundo Cristina, impondo limites à propriedade de canais e à parcela na audiência.
"O processo de construção de uma lei deve realizar-se em benefício de todos, não em prejuízo de alguns", disse Cobos, durante o ato de instalação da 65ª Assembleia da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa). Convidada para a solenidade, Cristina declinou.
A nova lei lesa especialmente o Grupo Clarín, maior conglomerado de mídia argentino, que está em conflito com o governo desde 2008. Segundo os limites fixados pela lei, o Clarín terá que reduzir seus negócios no mercado de TV.
Cobos disse que a lei "deverá ser aperfeiçoada no futuro, porque, na democracia, tudo é aperfeiçoável". Num contexto em que se atribui a Cristina a intenção de cercear a imprensa, Cobos afirmou que "nenhum ato de censura tem lugar num governo democrático".
O vice-presidente se opôs ao bloqueio parcial da distribuição dos jornais "Clarín" e "
O sindicato usou a medida de força em meio a negociações para a filiação dos empregados de distribuição de jornais e revistas. "É um fato lamentável, que deve ser condenado", disse o vice-presidente.
Cobos, que almeja ser candidato a presidente nas eleições de 2011, criticou indiretamente a atitude refratária de Cristina em relação à imprensa. "Comunicação consiste em compartilhar com os outros ideias, informações, opiniões", disse.
Para o presidente da SIP, Enrique Santos Calderón, "a Argentina enfrenta sérias ameaças" à liberdade de imprensa. Calderón disse que a Lei de Serviços Audiovisuais "se intromete nos conteúdos e critérios editoriais", estabelece "privilégios para velhos e novos atores" e se configura como "um instrumento para asfixiar vozes".
O presidente da SIP lamentou "que a presidente não tenha vindo falar de suas inquietações e ouvir as nossas".
O diretor do "
FONTE: www.folha.uol.com.br
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