segunda-feira, 22 de junho de 2009

Chavéz ataca "terrorismo" de TV opositora

16/05/2009

THIAGO GUIMARÃES
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

Em batalha com o principal meio de comunicação opositor em seu país, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, renovou ontem ameaças ao canal de notícias Globovisión, acusando-o de "terrorismo midiático".

Em entrevista ao lado da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, com quem se reuniu ontem em Buenos Aires, Chávez disse que o mundo não deve estranhar se o Estado venezuelano for "obrigado" a tomar decisões sobre "alguns meios de comunicação que continuam exercendo terrorismo".

A Globovisión, terceiro canal mais visto da Venezuela, é uma das emissoras que apoiaram a tentativa frustrada de golpe contra Chávez em 2002. Nas últimas semanas, a empresa vem sendo alvo de ofensiva estatal, com ameaça de cassação de licença e multas.

Chávez disse não poder permitir que "meios de comunicação continuem com políticas de terrorismo midiático, incitando o ódio e a violência", mas negou censura: "Por todo o mundo se diz: 'Chávez não permite a crítica.' Passem um dia na Venezuela e vejam os jornais, rádio e TV. Lá a crítica é aberta".

"Que em um canal de televisão apareçam porta-vozes políticos dizendo 'Onde estão os militares desse país, que vistam as calças', isso se chama terrorismo", afirmou Chávez.

O presidente afirmou que vai continuar a promover expropriações no setor energético --só neste mês, já oficializou a estatização de 60 prestadoras de serviços da área petroleira. "Porque estamos decididos a recuperar a plena soberania petrolífera e energética", afirmou.

Chávez disse estar "recuperando" a PDVSA, estatal petroleira do país, que antes de seu governo, afirmou, vinha sendo "privatizada por partes". "A PDVSA tinha que pagar uma fortuna por serviços prestados com seus próprios ativos, com trabalhadores terceirizados, com salários mínimos, muitas vezes abaixo disso. Agora absorve 8.000 trabalhadores [das terceirizadas]."

Sobre a possibilidade de nacionalizar outros bancos, como fez com o Banco da Venezuela, filial do grupo espanhol Santander, disse que "por agora" não pensa no assunto.


FONTE: www.folha.com.br


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